quarta-feira, 8 de julho de 2015

A dimensão social da cultura urbana

fonte: Google

















A semana que agora findou foi fértil em novos conceitos em torno das cidades e na divulgação

da vontade da CE-Comissão Europeia de criar uma dinâmica distinta na dimensão cultural quer

a nível local, quer a nível regional. A preocupação é identificar de forma organizada as boas

práticas no investimento e apostar na definição de uma estratégia cultural. As preocupações

da Comissão estão espelhadas na primeira  newsletter publicada sexta-feira, dedicada em

exclusivo a esta matéria.  A parceria da Eurocities com a KEA European Affaires e a ERRIN-

European Regions Research and Innovation Networkpermitiu trabalhar esta temática em três

dimensões distintas:
a cultura e as industrias criativas no desenvolvimento da economia local e

na regeneração urbana; a herança cultural como impulsionadora do crescimento económico e

da inclusão social e a cultura como fator da inovação social e do diálogo intercultural.

A ambição da Comissão nesta matéria é enorme já que se propôe apresentar 70 casos de

estudo (case studies), organizar visitas de estudo, fornecer especialistas para ajudar as cidades,

garatindo que não se trata apenas de uma troca de experiências ,mas de assegurar um

impacto real a partir da transferência de das boas práticas. A Comissão garante que entre 60 e

95 cidades de pequena, média e grande dimensão ganharão visibilidade a nível europeu. O

estudo irá para o terreno em Setembro deste ano e deverá demorar dois anos nas contas dos

seus mentores. A dimensão pública do projeto terá o seu ponto alto nos dias 26 e 27 de

Novembro com a organização de um grande forum cultural em Bruxelas que juntará os atores

políticos , os stakeholders, artistas e os profissionais da área cultural.

As cidades de Regensburg, Alemanha, Wallonia, Bélgica , Birminghan, Inglaterra e Nantes,

França, darão o pontapé de arranque neste projeto indo de encontro ao objetivo inicial com a

sua capacidade de transformar a cidade usando a cultura e a industrua criativa como motores

do crescimento e do desenvolvimento económico.

Um dos fatores que mais tem permitido desenvolver as cidades creativas e com dimensão

cultural intensa é a perceção dos decisores locais de que a economia só é sustentável se tiver

dimensão cultural. Pensar no cosmopolitismo como fator de atratividade e de liberdade de

circulação e fixação creativa nas suas múltiplas dimensões só é credível se nas raízes da

Educação coexistirem as múltiplas dimensões da Liberdade de Expressão.  A afirmação pode

ser polémica, mas vale o que vale; é a minha perceção: em cidades como Porto e Braga há uma

nova dimesão social da cultura que é bem vinda.

Claro, que não basta abrir mãos de uma estratégia dirigida; é epreciso ir mais longe – é

necesário avançar para  novos conceitos de gestão do poder local, pelo que seria desejável

saber interpretar de forma correta aquilo que é a nova designação americana para a gestão

local: a governação combinada. Jean-Louis Sarbib, Dennis Whittlen e Nathaniel Heler são os

autores do projeto que chama os cidadãos a resolver os problemas em conjunto com os

gestores urbanos. Ao mesmo tempo há que inovar a liderança urbana permitindo que entre as

necessidades reais dos diversos autores sociais, económicos e culturais e a vontade política

dos decisores urbanos  se conjugue o verbo fazer com a necessidade de lhe emprestar o que

também hoje é designado como a dimensão tridimensional do poder local: o imperativo, a

habilidade e os resultados da liderança.

PS A temática da Internet of Things  é um tema apaixonante, mesmo para os mais pessimistas

sobre o seu uso e impcto. Confesso que o meu papel de denunciador dos exageros e as

consequências do seu uso sem uma política de Gestão de Risco associada  me preocupa, de tal

modo que esta posição tem transparecido como um Não da minha parte ao seu uso, o que é

de todo uma inverdade. Nem sou pessimista nem sou um entusiasta. Procuro ser realista. Para

que fique claro, a Internet das Coisas e uma inevitabilidade. Faz parte do presente e fará parte

do futuro.Não há volta a dar-lhe. Tens aspectos muitos positivos, que se se bem geridos, serão

sempre uma mais valia para a gestão urbana. Voltarei ao tema para falar melhor das quatro

dimensões desta nova realidade.

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